Uma loucura, uma espécie de raiva, de dor humana...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Engasgado de pedras e asfalto,
em Tua história,
que se refaz no agora,
embora,
atada ao passado
pela corda inconfidente,
confidencio, como quem reza,
meu desajeito
em caminhar
por tuas camadas frágeis de piche
por tuas camadas frágeis de torres em riste
e confesso:
Não te pertenço
Não me pertences.
Somos no mundo
Como são todas as coisas:
Tão estranhamente indivisiveis
que não necessitamos um do outro.
Louvo-te à distancia
como se louva o inquebrantável
o inatingível, o supremo,
que nos escapa aos dedos,
E nego-te
como toda força estomacal
de digerir pra se ter fome
fome pra se ter gana
gana pra se ter...
Carrego-te no peito
como um sino
Exato,
nos pontuados agudos
Sagrado,
nas horas mortas
Pesado,
como os blocos
em que os negros
se exauriram
pra levantar tua honra!
Levo enfim
teu fim de tarde
como todo e qualquer
fim de tarde
na certeza de te rever
ouro e bronze e chumbo
onde pisar meus pés.

Um comentário:

  1. Lindo, lindo...
    O eterno conflito, sempre presente!
    Vivemos na contradição e lutamos pra viver apenas...
    As coisas são, isso é tudo!
    Amo...

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